E AÍ Vªs EXCELÊNCIAS?

TÂNIA BULHÕES

A empresária Tânia Bulhões Grendene Bartelle foi condenada pela justiça de São Paulo pelos crimes de importação fraudulenta, falsidade ideológica, evasão de divisas e formação de quadrilha.

Em sentença, o Juiz Fausto de Sanctis escreve: “tratando-se de empresária conhecida, que diz ter valores morais e éticos, era de se esperar conduta compatível com o que afirma. Não há justificativa para a conduta da acusada a não ser no fato de possuir ambição desmedida”.

A empresária já pagou para a Justiça a indenização de R$ 1,7 milhão. Esse dinheiro será doado para 12 instituições de caridade. Em uma dessas entidades, a empresária deverá trabalhar. Ela foi condenada a cumprir quatro anos de prestação de serviços comunitários na Fundação Dorina Nowill para cegos.

O juiz determinou que Tânia trabalhe oito horas por semana em uma fundação para cegos. Ainda de acordo com a sentença, ela deverá montar um curso e preparar deficientes visuais para atuar no mercado de perfumes.

A pena cairá pela metade se Tânia Bulhões contratar seis cegos para trabalhar nas empresas dela. A empresária fica também proibida de deixar o Brasil por mais de dez dias, sem autorização da Justiça. (fonte: Bom Dia Brasil, site globo.com).

Pobre coitada dessa moça!!!

O conceito de igualdade atual é baseado na justiça, certo?

“O Estado assume um papel fundamental para garantir aos membros da sociedade a efetivação da isonomia, redimensionando seus objetivos e meios para atingi-los. A igualdade material ou substancial vem, portanto, complementar a igualdade formal, conferindo aos cidadãos, além da igualdade em direitos e obrigações, a garantia que o Estado será um ente preocupado em efetivar a isonomia, proibindo aos administrados desigualdades injustas e sem motivo.” (Fonte: site Universo Jurídico).

Segundo o artigo 5º da Carta Maior – “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...”.

Isonomia - Princípio da isonomia é o que determina a igualdade de todos perante a lei.

Eqüidade - consiste na adaptação da regra existente à situação concreta, observando-se os critérios de justiça e igualdade. Pode-se dizer, então, que a eqüidade adapta a regra a um caso específico, a fim de deixá-la mais justa. Ela é uma forma de se aplicar o Direito, mas sendo o mais próximo possível do justo para as duas partes.

Meritíssimo, com todo respeito que Vª excelência merece, mas...como assim? O princípio da eqüidade está sendo usado de embasamento legal para as mais celebres injustiças cometidas neste País!

A moça fatura mais de 50 milhões por ano somente com uma das empresas e paga somente 1,7 milhão de multa para os cofres públicos? Como assim? Se fosse eu, uma simples Silva perderia todo meu patrimônio.

Prestar 8 horas “SEMANAIS” de serviços comunitários? E se fosse a Silva aqui? Eu iria trabalhar era na cadeia, costurando bola por 8 horas seguidas “DIÁRIAS”! Ahhh...detalhe bem importante – a pena caíra pela metade (2 anos) se a moça contratar 6 cegos para trabalhar em suas empresas. E não poderá ausentar-se por mais de dez dias do País sem avisar as autoridades...piada né?!

Eu fico cada vez mais indignada e revoltada com juízes que usam as leis para jogar na lama cada vez mais os princípios constitucionais. Essa sentença é uma vergonha para o judiciário! Mas quem sou eu (e 90% da população deste País), uma Silva que não tem dinheiro para pagar bons advogados e tampouco subornar as pessoas certas, mesmo por que, eu nem conheço as “tais” pessoas certas (e nem quero). Sempre me dizem que todo homem tem seu preço, com certeza o meu preço não paga tais atos.

Desistir de trabalhar com direito? Fazer curso de veterinária e trabalhar com os animais, pois são muito melhores que certos homens, isso é verdade!

Sou da época em que o Poder Judiciário era a última grade de segurança que separava o joio do trigo.

“O mundo estaria salvo, se os homens de bem tivessem a ousadia dos canalhas!” (Nelson Rodrigues).